Iluminismo
O Iluminismo foi
um movimento intelectual europeu surgido na França no
século XVII que se espalhou rapidamente pela Europa e América durante o século
XVIII.
Esse movimento, conhecimento como
"Época das Luzes", busca evidenciar uma oposição ao período que
precede, ou seja, a Idade Média, também conhecida como "Idade das
Trevas".
Resumo
É notória a fé atribuída pelos
iluministas ao poder da razão, com a qual acreditavam poder
reestruturar a sociedade, ainda presa ao conhecimento herdado da tradição
medieval.
Por meio da união de diversas
tradições filosóficas, sociais, políticas e escolas de pensamento, os
pensadores iluministas buscaram estender a noção crítica a todos os campos do
saber humano.
Assim, enfatizavam a defesa do conhecimento
racional enquanto meio para desconstruir preconceitos e ideologias
habituais, as quais seriam superadas pelas ideias de progresso e
perfectibilidade humana.
Em suas críticas, os pensadores
iluministas argumentavam contra as determinações mercantilistas e religiosas,
foram avessos ao absolutismo e aos privilégios dados à nobreza e ao clero. Isso
abalava os alicerces da estrutura política e social absolutista.
Não obstante, criaram um compêndio
dividido em 35 volumes, resumido todo o conhecimento produzido à luz da razão:
a Enciclopédia (1751-1780).
Suas ideias se difundiram
principalmente entre os burgueses, os quais detinham a maior parte
do poder econômico, entretanto, não possuíam nada equivalente em poder político
e ficaram sempre à margem das decisões.
As ideias iluministas se
difundiram de tal modo que muitos governantes buscaram implantar medidas
embasadas no iluminismo para modernizar seus respectivos Estados. Isso
acontecia sem abdicação de seu poder absoluto, mas apenas conciliando-o aos
interesses populares. Sem espanto, aqueles governantes foram denominados Déspotas
Esclarecidos.
Os ideais iluministas tiveram serias
implicações sociopolíticas. São exemplos o fim do colonialismo e
do absolutismo e o liberalismo econômico, bem como
a liberdade religiosa, o que culminou em movimentos como a Revolução
Francesa (1789).
No Brasil, foram responsáveis pela
Inconfidência Mineira (1789), a Conjuração Fluminense (1794), a Revolta dos
Alfaiates na Bahia (1798) e a Revolução Pernambucana (1817).
Filósofos Iluministas
Os filósofos iluministas contribuíram de maneiras diferentes e
em diversas áreas do conhecimento.
Desde questões morais, religiosas e políticas até as de cunho
econômico ou filosófico, os ideais dos pensadores iluministas promoveram o
processo de conscientização mundial.
·
Voltaire (1694-1778)
Voltaire, pseudônimo de François-Marie Arouet, foi um filósofo
francês que nasceu em Paris. Suas críticas à nobreza resultaram em várias
situações de prisão e exílio.
Principais Ideias
Defendia a ideia de uma monarquia centralizada, cujo monarca
deveria ser culto e assessorado por filósofos.
Foi um crítico severo das instituições religiosas, bem como dos
hábitos feudais que ainda vigoravam na Europa. Afirmava que apenas aqueles
dotados de razão e liberdade poderiam conhecer as vontades e desígnios divinos.
Principais Obras
Sua principal obra, "Cartas Inglesas ou Cartas Filosóficas"
foi um conjunto de cartas acerca dos costumes ingleses, os quais comparava aos
do atraso da França absolutista.
Apesar disso, era contra qualquer revolução, pois acreditava que
os monarcas seriam capazes de se orientar racionalmente para cumprir o papel.
Escreveu também novelas, tragédias e contos filosóficos, dentre
os quais "O Ingênuo"
·
JohnLocke
(1632-1704)
John Locke era
Inglês. Foi o expoente do empirismo britânico e um dos maiores teóricos do
contrato social.
Principais Ideias
Afirmava que a mente era como uma "tabula rasa".
Rejeitava qualquer concepção embasada no argumento das “ideias inatas”, uma vez
que todas as nossas ideias possuíam início e fim nos sentidos do corpo.
Locke combatia a ideia de que Deus decidia o destino dos homens
e alegava que a sociedade corrompia os desígnios divinos ou o triunfo do bem.
Suas ideias auxiliaram na derrubada do absolutismo inglês.
Principais Obras
Uma das suas obras principais, “Dois Tratados Sobre o Governo
Civil”, trata sobre o absolutismo. Dentre outras obras, escreveu “Cartas Sobre
a Tolerância” e “Ensaios sobre o Entendimento Humano”.
·
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778)
Principais Ideias
Era a favor do “contrato social”, forma de promover a justiça
social que dá nome a sua principal obra.
Apregoava que a propriedade privada gerava a desigualdade entre
os homens. Segundo ele os homens teriam sido corrompidos pela sociedade quando
a soberania popular tinha acabado.
Principais Obras
"O Contrato Social" é a sua obra de maior destaque.
Em Émile, outra obra de grande importância, Rousseau trata da
educação afirmando que ela deve ser base da reconstrução da humanidade.
·
Montesquieu (1689-1755)
Montesquieu,
Charles-Louis de Secondat, ficou conhecido como Barão de La Brède e de
Montesquieu. Foi um famoso jurista e filósofo francês que se destacou nas áreas
da filosofia da história e do direito constitucional.
Foi um dos criadores da filosofia da história.
Principais Ideias
Criticou de forma sistemática o autoritarismo político, bem como
as tradições das instituições europeias, especialmente da monarquia inglesa.
Principais Obras
Na sua principal obra, “O Espírito das Leis”, defende a
separação dos três poderes do Estado em Legislativo, Executivo e Judiciário.
Acredita que essa seja uma maneira de manter os direitos individuais.
Sua obra foi inspiração para a "Declaração dos Direitos do
Homem e do Cidadão" (1789), para a Revolução Francesa e para a
Constituição dos Estados Unidos (1787).
Antes de “O Espírito das Leis” escreveu "Cartas
Persas".
·
Denis Diderot (1713-1784)
Denis Diderot foi
um filósofo e tradutor francês que nasceu em Langres. A primeira obra em que se
destacou rendeu-lhe a prisão.
Principais Ideias
Criticava o absolutismo e defendia a ideia de que a política era
responsável por eliminar as diferenças existentes nas sociedades.
Principais Obras
A sua primeira grande obra foi "Cartas Sobre os Cegos Para
Uso Por Aqueles Que Veem".
Foi responsável por elaborar, em parceria com D'Alembert, a
famosa "Enciclopédia” ou “Dicionário racional das ciências, das artes e
dos ofícios".
Composta por 33 volumes, a obra reúne os principais
conhecimentos acumulados pela humanidade naquela época.
Foi editada pela primeira vez na França (1751 e 1772), donde se
difundiu para se tornar a principal propaganda iluminista. Por este motivo os
iluministas são conhecidos como "enciclopedistas".
·
Adam Smith (1723-1790)
Adam
Smith é considerado um dos principais teóricos do movimento.
Filósofo e economista escocês, recebe o título de pai da economia moderna.
Principais Ideias
Afirmava que somente com o fim dos monopólios e da política
mercantilista o Estado iria prosperar de fato.
Isso porque a riqueza das nações advinha do esforço individual (self-interest) que, por
sua vez, é o que fomenta o crescimento econômico e a inovação tecnológica.
Assim, o empreendimento privado deveria agir livremente, com
pouca ou nenhuma intervenção governamental. Isso fez com que seu pensamento
influenciasse intensamente a burguesia, desejosa em acabar com os privilégios
feudais e com o mercantilismo.
Principais Obras
"A Riqueza das Nações" é o nome da principal obra
desse pensador, enquanto "Teoria dos Sentimentos Morais” é o nome do seu
principal tratado.
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