sexta-feira, 28 de julho de 2017

Iluminismo

Iluminismo foi um movimento intelectual europeu surgido na França no século XVII que se espalhou rapidamente pela Europa e América durante o século XVIII.
Esse movimento, conhecimento como "Época das Luzes", busca evidenciar uma oposição ao período que precede, ou seja, a Idade Média, também conhecida como "Idade das Trevas".
Resumo
É notória a fé atribuída pelos iluministas ao poder da razão, com a qual acreditavam poder reestruturar a sociedade, ainda presa ao conhecimento herdado da tradição medieval.
Por meio da união de diversas tradições filosóficas, sociais, políticas e escolas de pensamento, os pensadores iluministas buscaram estender a noção crítica a todos os campos do saber humano.
Assim, enfatizavam a defesa do conhecimento racional enquanto meio para desconstruir preconceitos e ideologias habituais, as quais seriam superadas pelas ideias de progresso e perfectibilidade humana.
Em suas críticas, os pensadores iluministas argumentavam contra as determinações mercantilistas e religiosas, foram avessos ao absolutismo e aos privilégios dados à nobreza e ao clero. Isso abalava os alicerces da estrutura política e social absolutista.
Não obstante, criaram um compêndio dividido em 35 volumes, resumido todo o conhecimento produzido à luz da razão: a Enciclopédia (1751-1780).
Suas ideias se difundiram principalmente entre os burgueses, os quais detinham a maior parte do poder econômico, entretanto, não possuíam nada equivalente em poder político e ficaram sempre à margem das decisões.
As ideias iluministas se difundiram de tal modo que muitos governantes buscaram implantar medidas embasadas no iluminismo para modernizar seus respectivos Estados. Isso acontecia sem abdicação de seu poder absoluto, mas apenas conciliando-o aos interesses populares. Sem espanto, aqueles governantes foram denominados Déspotas Esclarecidos.
Os ideais iluministas tiveram serias implicações sociopolíticas. São exemplos o fim do colonialismo e do absolutismo e o liberalismo econômico, bem como a liberdade religiosa, o que culminou em movimentos como a Revolução Francesa (1789).
No Brasil, foram responsáveis pela Inconfidência Mineira (1789), a Conjuração Fluminense (1794), a Revolta dos Alfaiates na Bahia (1798) e a Revolução Pernambucana (1817).

Filósofos Iluministas



Desde questões morais, religiosas e políticas até as de cunho econômico ou filosófico, os ideais dos pensadores iluministas promoveram o processo de conscientização mundial.

Voltaire (1694-1778)


Voltaire, pseudônimo de François-Marie Arouet, foi um filósofo francês que nasceu em Paris. Suas críticas à nobreza resultaram em várias situações de prisão e exílio.

Principais Ideias

Defendia a ideia de uma monarquia centralizada, cujo monarca deveria ser culto e assessorado por filósofos.
Foi um crítico severo das instituições religiosas, bem como dos hábitos feudais que ainda vigoravam na Europa. Afirmava que apenas aqueles dotados de razão e liberdade poderiam conhecer as vontades e desígnios divinos.

Principais Obras

Sua principal obra, "Cartas Inglesas ou Cartas Filosóficas" foi um conjunto de cartas acerca dos costumes ingleses, os quais comparava aos do atraso da França absolutista.
Apesar disso, era contra qualquer revolução, pois acreditava que os monarcas seriam capazes de se orientar racionalmente para cumprir o seu papel.
Escreveu também novelas, tragédias e contos filosóficos, dentre os quais "O Ingênuo".

John Locke (1632-1704)


John Locke era Inglês. Foi o expoente do empirismo britânico e um dos maiores teóricos do contrato social.

Principais Ideias

Afirmava que a mente era como uma "tabula rasa". Rejeitava qualquer concepção embasada no argumento das “ideias inatas”, uma vez que todas as nossas ideias possuíam início e fim nos sentidos do corpo.
Locke combatia a ideia de que Deus decidia o destino dos homens e alegava que a sociedade corrompia os desígnios divinos ou o triunfo do bem.
Suas ideias auxiliaram na derrubada do absolutismo inglês.

Principais Obras

Uma das suas obras principais, “Dois Tratados Sobre o Governo Civil”, trata sobre o absolutismo. Dentre outras obras, escreveu “Cartas Sobre a Tolerância” e “Ensaios sobre o Entendimento Humano”.

Jean-Jacques Rousseau (1712-1778)


Jean-Jacques Rousseau foi um filósofo suíço que lançou as bases para o Romantismo europeu.

Principais Ideias

Era a favor do “contrato social”, forma de promover a justiça social que dá nome a sua principal obra.
Apregoava que a propriedade privada gerava a desigualdade entre os homens. Segundo ele os homens teriam sido corrompidos pela sociedade quando a soberania popular tinha acabado.

Principais Obras

"O Contrato Social" é a sua obra de maior destaque.
Em Émile, outra obra de grande importância, Rousseau trata da educação afirmando que ela deve ser base da reconstrução da humanidade.

Montesquieu (1689-1755)


Montesquieu, Charles-Louis de Secondat, ficou conhecido como Barão de La Brède e de Montesquieu. Foi um famoso jurista e filósofo francês que se destacou nas áreas da filosofia da história e do direito constitucional.
Foi um dos criadores da filosofia da história. Principais Ideias
Criticou de forma sistemática o autoritarismo político, bem como as tradições das instituições europeias, especialmente da monarquia inglesa.

Principais Obras

Na sua principal obra, “O Espírito das Leis”, defende a separação dos três poderes do Estado em Legislativo, Executivo e Judiciário. Acredita que essa seja uma maneira de manter os direitos individuais.
Sua obra foi inspiração para a "Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão" (1789), para a Revolução Francesa e para a Constituição dos Estados Unidos (1787).
Antes de “O Espírito das Leis” escreveu "Cartas Persas".

Denis Diderot (1713-1784)


Denis Diderot foi um filósofo e tradutor francês que nasceu em Langres. A primeira obra em que se destacou rendeu-lhe a prisão.

Principais Ideias

Criticava o absolutismo e defendia a ideia de que a política era responsável por eliminar as diferenças existentes nas sociedades.

Principais Obras

A sua primeira grande obra foi "Cartas Sobre os Cegos Para Uso Por Aqueles Que Veem".
Foi responsável por elaborar, em parceria com D'Alembert, a famosa "Enciclopédia” ou “Dicionário racional das ciências, das artes e dos ofícios".
Composta por 33 volumes, a obra reúne os principais conhecimentos acumulados pela humanidade naquela época.
Foi editada pela primeira vez na França (1751 e 1772), donde se difundiu para se tornar a principal propaganda iluminista. Por este motivo os iluministas são conhecidos como "enciclopedistas".

Adam Smith (1723-1790)


Adam Smith é considerado um dos principais teóricos do movimento. Filósofo e economista escocês, recebe o título de pai da economia moderna.

Principais Ideias

Afirmava que somente com o fim dos monopólios e da política mercantilista o Estado iria prosperar de fato.
Isso porque a riqueza das nações advinha do esforço individual (self-interest) que, por sua vez, é o que fomenta o crescimento econômico e a inovação tecnológica.
Assim, o empreendimento privado deveria agir livremente, com pouca ou nenhuma intervenção governamental. Isso fez com que seu pensamento influenciasse intensamente a burguesia, desejosa em acabar com os privilégios feudais e com o mercantilismo.

Principais Obras

"A Riqueza das Nações" é o nome da principal obra desse pensador, enquanto "Teoria dos Sentimentos Morais” é o nome do seu principal tratado.

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